Game com temática nordestina vence principal categoria do SBGames

O game paraibano Xilo venceu o principal prêmio do 10° Simpósio Brasileiro de Games e Entretenimento Digital (SBGames), considerado um dos maiores da América Latina. No jogo, o sertanejo Biliu viaja pelo Nordeste em busca de cinco xilogravuras sagradas que vão salvar sua família de uma grave doença. Na aventura, Biliu enfrenta diversos personagens de lendas brasileiras, entre eles a mula-sem-cabeça e o curupira.

Xilo, que faz referência à xilogravura (técnica de gravura que utiliza madeira), venceu na categoria Melhor Jogo pelo júri popular e Melhor Som e Efeitos Sonoros pelo júri técnico. “A categoria Melhor Jogo é a mais importante porque votam as pessoas que jogaram e ainda todos os participantes do evento”, disse Rodrigo Motta, idealizador e game designer do Xilo.

O game, que tem trilha sonora do grupo paraibano Cabruêra e ainda usa a literatura de cordel para narrar a trama, estava competindo com mais 54 jogos nacionais na categoria PC. O SBGames aconteceu de segunda-feira (7) até quarta-feira (9) na Bahia. “Praticamente não existem jogos com temática nacionais muito menos nordestina”, disse Rodrigo, que agora trabalha com os companheiros para finalizar o game, já que no SBGames foi apresentado o protótipo do Xilo.

Na equipe do game Xilo ainda estão Diego Braga (programador), Trigueiro Júnior (animação) e  André Torres (efeitos sonoros).

Rodrigo Motta explicou que nesta última etapa, o objetivo é inserir elementos dramáticos no game. "Quando Biliu, por exemplo, chegar em uma determinada cidade vai encontrar uma mulher que chora pelo filho que morreu em uma enchente. O jogo vai contar um pouco da história aqui do Nordeste com as coisas boas e ruins”, disse.

A previsão é que em junho de 2012, durante as festividades do São João, uma das principais comemorações do Nordeste, o game seja comercializado.

Jogo

O sertanejo Biliu deve ser o único da sua família que não será infectado por uma grave doença e por isso vai viajar em busca da cura. No desenrolar da trama ele vai se tornar um cangaceiro. Em cada fase, Biliu terá que encontrar seis partes de uma xilogravura que foi quebrada. “É como se cada criatura do folclore nordestino tivesse um amuleto que é uma xilogravura. E é o que mantém essa criatura vivendo na realidade do jogo, mas alguém vai quebrar todas essas xilogravuras e enfurecer as criaturas folclóricas”, explicou Rodrigo.

Quando Biliu finalmente consegue montar a xilogravura surge um ser folclórico, que é representado pela  própria xilogravura. Após libertar a criatura, Biliu recebe em troca uma dádiva (novos poderes ou armas), mudando assim a jogabilidade a cada nova fase. Com o curupira, por exemplo, ele aprenderá sobre o fogo, a mula-sem-cabeça dará a ele uma ferradura mágica e assim por diante.

COM G1/PARAIBA