segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Banalização do sexo traz prejuízo espiritual


banalizaçãoTodos sabemos que a questão da sexualidade ocupa enorme espaço no mundo atual. Por todos os cantos e frestas, sites e telas, ela se espalha vertiginosamente. Pena que (e esse é julgamento meu), cada dia ela parece perder um bocadinho de seu encanto e magia. Diminui seu caráter de aventura estimulante, repleta de esforços e desafios, paciência e sedução, romantismo e boa vontade.
Sexo já foi um grande acontecimento, uma noite gloriosa de passeio e visita a um restaurante fino. Hoje se parece mais com o banal “pedir uma pizza” ¿ prazer instantâneo como uma daquelas ralas sopinhas de pacote, “basta adicionar água quente e em poucos minutos está pronto”.


Tenho medo disso. Vejo uma das mais misteriosas preciosidades do ser humano dragada por um vulgar consumismo. O mistério dos mistérios transformado em prática descartável, vício vazio cuja satisfação obtida diminui a cada nova dose da droga.
O erótico e o sensual, verdadeiras janelas para contemplarmos as mais profundas e recônditas internalidades do espiritual, são atropelados pela histérica necessidade dos números e conquistas atléticas, sem charme ou sentido maior. A qualidade perdeu para a quantidade, infelizmente desprovida de encantos e fascínios, sem traço de poesia ou esplendor, vínculo ou sonho.
Se ontem o êxtase era comparado ao céu, hoje, pouco valorizado, foi equivocadamente substituído por algo bem menor, a obsessiva repetição de uma satisfação que teme tudo que não é superficial ou transitório. As pessoas surfam, mas não mergulham para conhecer e reconhecer as maravilhas do mar.
As coisas estão assim. Privação e sensação de perda aumentam com essa situação de desintegração das sensibilidades. Tudo isso causa enorme mal às pessoas que, para além do calor humano, precisam aprender a buscar o calor das almas, tentar reconhecer e encontrar a alma gêmea. Essa sim é a verdadeira jornada capaz de trazer sentido à existência terrena e supra-terrena.
Marina Gold

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