segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Fantástico denuncia venda ilegal de explosivos para quadrilhas de assalto a bancos e como elas agem. Na PB, três cidades foram destaque


Na edição desse domingo, 17, o programa Fantástico, da Rede Globo mostrou uma reportagem sobre a venda ilegal de explosivos para quadrilhas que compram dinamite para explodir caixas eletrônicos e agências bancárias em todo o Brasil e até no Paraguai.
A reportagem revela como agem as quadrilhas e como elas a comercializam a compra dos produtos explosivos.


Esses explosivos vendidos ilegalmente em mineradoras e também por garimpeiros, de acordo com a reportagem, na Paraíba são encontrados facilmente no município de Junco do Seridó, no sertão do estado onde a atividade de minérios é bastante difundida.
A referida reportagem ainda mostra como ficou a população e qual a realidade das cidades de Lagoa Seca e Arara após os assaltos ocorridos nas agências bancárias dessas duas cidades paraibanas.
Confira a seguir trecho da reportagem do Fantástico onde refere-se a Paraíba:
No Brasil, os bandidos também buscam explosivos em pedreiras, garimpos e obras. Em uma região mineradora no interior da Paraíba, um garimpeiro oferece uma grande quantidade de explosivos.
- Aquela quantidade que o senhor tem lá é 25 quilos?
- 25 quilos.
- Esses 25, o senhor faz por quanto?
- R$ 260
- E o senhor acha que isso dá para cem explosões?
- Nessa faixa.
Com o único banco destruído, as vendas no comércio de lagoa seca despencaram, como diz um lojista que não quer ser identificado: “O comércio teve uma queda de 80%, está praticamente parado”.
Em outra cidade paraibana, o ataque aconteceu na agência, que fica ao lado da Câmara de Vereadores e em frente ao fórum. Os bandidos entraram no banco de madrugada. A explosão foi tão forte que destruiu até o telhado da agência e abriu rachaduras no prédio vizinho.
“A explosão parecia que era dentro de casa. Parecia que tinha derrubado a casa”, conta uma moradora.
“O pessoal sentiu um medo muito forte. Teve gente que pensou que era o fim do mundo, estavam dizendo que o mundo ia acabar”, diz outro morador.
No início deste mês, uma quadrilha usou um homem-bomba para roubar dinheiro de um carro-forte na capital paraibana. Segundo a polícia, os bandidos invadiram a casa de um motorista da empresa proprietária do carro-forte. Tomaram a família como refém. Em seguida, prenderam explosivos no corpo dele e fotografaram tudo.
Ele saiu sozinho para trabalhar, levando um telefone celular dado pelos bandidos. Enquanto a família estava em poder da quadrilha, ele foi obrigado a informar pelo telefone quando haveria o transporte de uma grande quantidade de dinheiro.
O bando atacou, explodindo o carro-forte. Levou R$ 650 mil e libertou os reféns e o motorista.
Para inibir esses assaltos, o mecanismo de segurança mais comum é o dispositivo que mancha as notas quando o caixa é estourado, mas os bandidos descobriram como lavar as cédulas. “Na primeira leva de tinta, eles conseguiam lavar a tinta. Então os bancos já estão no quarto tipo de tinta, e esse tipo de tinta que é usado agora não se consegue lavar, porque ele entranha na nota”, explica o presidente da Federação Brasileira de Bancos, Murilo Portugal.
Outras tecnologias estão sendo testadas, como a bomba que solta fumaça na agência quando os caixas são atacados. A ideia é dificultar a visão dos bandidos, que assim desistiriam do assalto.
“Alguns bancos estão testando essa bomba de fumaça, e nós ainda não temos uma opinião final sobre isso. Nós devemos atacar as causas desse problema, que é o acesso fácil aos explosivos, é o excesso de bandidos na rua”, diz o especialista.
Pela lei, cabe ao Exército fiscalizar a fabricação, o comércio e o uso de explosivos. No ano passado, segundo o Exército, pouco mais da metade das 1.070 empresas que têm autorização para usar explosivos foi fiscalizada.
“Em 2012 foram realizadas 450 vistorias em empresas diferentes, 450 vistoriadas em todo o Brasil. Vistorias aonde o fiscal vai no depósito, vistorias para verificar indícios de irregularidades, vistorias realizadas para concessão, para revalidação: se a gente somar tudo isso, vai dar mais de 50%”, diz Achiles Santos Jacinto Filho, assessor da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados do Comando do Exército.
Ainda segundo o Exército, no ano passado foram registrados 60 casos de extravio de explosivos. Só nesta semana houve pelo menos três episódios de roubo em diferentes regiões do Brasil.
Da Redação 
Do Expresso PB

Nenhum comentário:

Postar um comentário