domingo, 15 de julho de 2012

Paraíba é o estado mais homofóbico do Brasil e lidera ranking em mortes de gays no Nordeste



A ONG GGB (Grupo Gay da Bahia ) criou um site para contabilizar assassinatos de homossexuais no Brasil. O homofobiamata.wordpress.com já contabiliza o homicídio de 165 gays, travestis e lésbicas de janeiro a junho deste ano, 28% mais do que em igual período de 2011 e equivalente a 62% das 266 mortes em todo o ano de 2011 computadas pelo GGB, com base em notícias de jornais.

Já chega a 165 o número de gays assassinados no Brasil, no primeiro semestre de 2012, conforme levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga entidade de defesa dos homossexuais do País. O número é 28% maior do que o mesmo período do ano passado. Em valores absolutos, São Paulo lidera o número de mortes: 19; seguido pela Paraíba com 15, Bahia com 14, Paraná e Piauí com 10 casos e Rio de Janeiro com 9. O GGB não obteve informações sobre Roraima e Acre.


Segundo avaliação da entidade, a Paraíba seria o estado mais homofóbico do Brasil por ter uma população dez vezes menor que São Paulo e registrado 15 assassinatos. A região Nordeste é considerada a mais perigosa para os homossexuais por concentrar 1/4 dos "homocídios", como caracteriza o GGB no levantamento.

De acordo ainda com o relatório, os crimes de ódio vitimaram a maior parte gays. Foram, 52% do total das 165 mortes. Em seguida vem os travestis, 41% das vítimas. "Proporcionalmente, contudo, as travestis e transexuais, representam o grupo mais vulnerável, pois não chegando a 1 milhão de pessoas, comparativamente aos gays que ultrapassam 20 milhões, foram mortas 65 'trans' e 85 gays. O risco das travestis serem assassinadas é 15 vezes maior do que os gays", indica o relatório.

O antropólogo paulista Luiz Mott, fundador do GGB e coordenador da pesquisa opinou que, "tais assassinatos refletem sempre grave discriminação anti-homossexual, devendo ser considerados crimes de ódio, motivados pela homofobia cultural que encara os gays e travestis como delinquentes. Prova disto é que são mortas mais travestis do que mulheres prostitutas, cumprindo-se a risca ditado homofóbico repetido de norte a sul do país, 'viado tem mais é que morrer!'".

Mott explicou que a entidade realiza o levantamento dos cri mes homofóbicos pelo fato de não haver esse tipo de serviço feito pelo Estado brasileiro. Por essa razão o GGB criou um novo site "Quem a homofobia matou hoje", (http://homofobiamata.wordpress.com/) que receberá informações e denúncias sobre violência contra homossexuais. Os responsáveis pelo site denunciam a uma suposta homofobia governamental: "É a sociedade civil organizada prestando serviço que é obrigação do governo. A Presidente Dilma, pelo veto ao Kit Anti-Homofobia, por sua omissão e declarações preconceituosas, tem as mãos sujas de sangue desses homossexuais assassinados!"

O advogado Dudu Michels, responsável pela manutenção desse banco de dados reforça que a estatística deveria ser uma obrigação do Governo Federal. Lembrou que o Planalto "já foi ameaçado de ser denunciado à Comissão de Direitos Humanos da OEA por sua incapacidade em documentar tais crimes e ausência de políticas públicas eficientes para tirar o Brasil do vergonhoso primeiro lugar no ranking de assassinatos de homossexuais".


ClickPB

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