terça-feira, 13 de março de 2012

Após proibição da Anvisa, líder do Governo afirma que furadeiras continuam sendo utilizadas no Trauma

Após proibição da Anvisa, líder do Governo afirma que furadeiras continuam sendo utilizadas no Trauma
O líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Hervázio Bezerra (PSDB) afirmou, na noite desta segunda-feira, 12, em programa de televisão, que os médicos do Trauma continuam utilizando furadeiras de parede em procedimentos cirurgicos no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa.
Hervázio foi entrevistado no programa do apresentador Alex Filho, na TV Master, canal à cabo, e reconheceu que é comum o uso das furadeiras em cirurgias. 
Em setembro do ano passado, a Anvisa proibiu o uso do equipamento por não ser apropriado em cirurgias humanas. Leia a publicação do jornalista Josias de Sousa em seis de setembro de 2011:


Um dia depois de a Associação Médica da Paraíba ter denunciado o uso de furadeira de parede em cirurgias cranianas no maior hospital do Estado, a Anvisa informa o óbvio:
Proibida pela Agência de Vigilância Sanitária, a utilização desse tipo de equipamento (na foto ao lado) submete os pacientes a grave risco de saúde.
Manifestou-se pela Anvisa o gerente da agência na Paraíba, Ivanildo Brasileiro. Ele falou nas pegadas do médico Ronald Farias.
Membro da associação dos médicos paraibanos, o doutor Ronald sustenta que cerca de 35 pacientes vêm sendo operados com furadeiras de obra.
Os procedimentos, segundo ele, ocorrem no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa.
Equipes da Vigilância Sanitária realizam uma inspeção no hospital. "Caso seja encontrada alguma irregularidade, a unidade será notificada", disse Ivanildo.
"Caso um equipamento irregular seja encontrado, faremos a apreensão imediata", acrescentou.
A denúncia do uso de furadeiras convencionais em cirurgias consta de ação civil movida pelo Ministério Público Estadual.
O processo corre na 2ª Vara da Fazenda Pública da Capital da capital paraibana. A furadeira é apenas parte da encrenca.
Chama-se João Geraldo Barbosa o promotor de Justiça que assina ação. Os problemas do hospital lhe foram relatados por uma cooperativa de neurocirgiões.
"Dentre os problemas relatados pela cooperativa constava essa do uso da furadeira˜, conta o promotor. "A partir daí, dei entrada em ação denunciando essas questões."
"O Judiciário tem conhecimento dessa denúncia. Se o médico está ou não falando a verdade, cabe à Justiça apurar."
O secretário de Saúde da Paraíba, Waldson Dias de Souza, manifestou-se por meio de nota. Escreveu: "As informações divulgadas são infundadas..."
"...Não passam de perseguição política, produzida por pessoas que não estão preocupadas e comprometidas com a melhoria do sistema de saúde da Paraíba."
O texto do secretário anota que o hospital dispõe de dois craniótomos e três equipamentos chamados de trépanos.
A Cruz Vermelha, organização social responsável pela administração do hospital do Trauma da Paraíba também divulgou uma nota.
O texto destoa da manifestação do secretário: "Os craniótomos estão quebrados há mais de um ano, já foram consertados e voltaram a não funcionar."
A Cruz Vermelha alega que o problema é anterior ao início de sua gestão no hospital.
Acrescenta que novas revisões nos equipamentos "já estavam contemplados para a próxima leva de manutenção - nesta semana."
Informa: "Caso não apresentem condições para aproveitamento, estaremos providenciando a compra de novos equipamentos."
Sem prejuízo da maniutenção, a entidade diz ter disponibilizado para a equipe médica "três trépanos novos e duas furaderias neurocirúrgicas." Não menciona datas.
De resto, a Cruz Vermelha diz não ter recebido queixas dos medicos. "Qualquer situação desta natureza é protocolada..."
"...E o protocolo de entrega é o documento fundamental que comprova o encaminhamento das questões..."
"...Não localizamos, nem mesmo em períodos anteriores à gestão Cruz Vermelha, quaisquer documentos com manifestações ou relatos desta natureza por parte do corpo clínico."

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